O Brasil é o grande destaque quando o assunto é fornecimento de produtos agropecuários e da mineração, mas vem perdendo espaço quando se trata de produtos industrializados e de maior valor agregado. Mas por que esse perfil – de não aproveitar o potencial do país em outras áreas – é negativo?
A gente te explica:
Em 2021, quando a exportação brasileira começou a se recuperar do impacto da pandemia de Covid-19, houve um crescimento de 28,3% em preços e de 3,5% em quantidades exportadas, na comparação com o ano de 2020. No entanto, a participação da indústria nas vendas externas, um dos grandes potenciais brasileiro, segue em queda.
Há 10 anos, entre 2008 e 2011, a participação de bens industriais teve um crescimento de 16,7% no Produto Interno Bruto (PIB), mas desde então, com a alta participação do agronegócio – agropecuária e da indústria extrativa – houve uma queda nas vendas externas, principalmente da indústria de transformação em produtos de alta e média-alta intensidade tecnológica e de maior valor agregado.
Esse segmento conhecido também como bens de capital e de consumo durável engloba, por exemplo, os setores de metalurgia e mecânico, que inclui o setor automobilístico e a fabricação de máquinas e equipamentos. A queda desse segmento é exemplificada, por exemplo, com o fechamento de grandes indústrias de fabricação de carros no Brasil, ocorrida nos últimos anos.
Com isso, a participação de bens industrializados de consumo duráveis e de bens de capital é reduzida. Desta forma, as exportações são concentradas em produtos do setor agropecuário — especialmente commodities — e da indústria extrativa.
Qual o risco do monopólio do agronegócio na exportação?
A falta de diversificação das exportações aumenta a vulnerabilidade da economia nacional a choques externos e setoriais e a medidas arbitrárias de outros países.
Além dos riscos, o atual perfil da pauta exportadora também faz com que o país não tenha uma inserção estratégica nas cadeias globais.
Os produtos da indústria têm cadeias de produção longas e, portanto, têm mais valor agregado. Dessa forma, fortalecer as exportações desse tipo de bem pode representar um salto na inserção do Brasil no comércio global.