Um levantamento feito pela Serasa apontou que mais de 71 milhões de brasileiros estão inadimplentes. Apesar do número indicar uma redução de 450 mil comparado ao ano de 2022, ainda há muitas pessoas devendo para empresas, instituições ou outros indivíduos.
Outra pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostrou que 64% dos inadimplentes devem aos bancos ou instituições financeiras. Isso significa que mais da metade dos devedores brasileiros estão em situação irregular com as instituições de crédito.
Como bancos e cooperativas não costumam ter donos específicos, e sim um sistema diferente de coordenação financeira, esses débitos ficam sob a responsabilidade de muitos gestores. Para além de ser um desafio a recuperação de créditos, também é uma linha tênue entre o recebimento da dívida e a cobrança da mesma. Dessa forma, muitos bancos e cooperativas preferem contratar equipes especializadas para realizar essa cobrança.
Como instituições financeiras podem negociar com inadimplentes?
Acontece que, em muitos casos, essa escolha pode representar um novo problema. Cobranças equivocadas ou que não cumprem o que determina a legislação são responsáveis por processos e multas. Assim, é preciso ter atenção e cuidado na hora de negociar com clientes inadimplentes.
O advogado da Tahech Advogados, Luciano Batista, com mais de 26 anos de experiência na área bancária, cooperativa e de recuperação de créditos, separou algumas dicas de como negociar sem errar.
- Avise a inadimplência do cliente
Em alguns casos, seu cliente pode não saber da inadimplência ou débito. Em outros, ele pode alegar que não estava sabendo. Para evitar ambas as situações, o ideal é avisar o cliente em diferentes plataformas ou dispositivos de acesso.
Avisando antecipadamente o cliente sobre os débitos, fica mais fácil manter o bom relacionamento com clientes, além de evitar prejuízos, multas ou indenizações.
- Negociar também faz a diferença!
Desemprego, mudança de estrutura, crise econômica… Muitos são os motivos que levam um indivíduo a uma inadimplência. Em determinados casos, os clientes sentem vergonha do débito e gostariam de resolver o problema o quanto antes. Porém, nem sempre é possível da maneira como ele gostaria.
Por isso, chamar ele para uma conversa ou então para uma negociação direta é uma maneira de entender a situação e promover um acordo.
Além disso, outra dica do advogado é estar pronto para soluções aos clientes. “Saber quais soluções estão disponíveis faz a diferença na hora da negociação”, diz.
- Conte com uma equipe especializada
Outro ponto importante é ter uma equipe capacitada e especializada em cobrança. Isso porque, a recuperação de créditos exige profissionais experientes, qualificados e capazes de cumprir os requisitos exigidos por bancos e cooperativas.
E atenção para a dica bônus: a disponibilidade da equipe para conseguir atender às demandas que surgem.
Cenário pode ser positivo
Em um cenário de crises e incertezas financeiras, contar com uma equipe especializada e capacitada em recuperação de créditos é mais eficiente para seu banco e cooperativa.
A estabilização econômica brasileira dos últimos tempos tem ajudado a controlar a inflação e reduzir os riscos de crédito. Só que, como em todos os lugares, aqui também há flutuação econômica que pode impactar – positiva ou negativamente – na concessão e pagamento de créditos.
Apesar disso, as operações de crédito ainda são vantajosas para bancos e cooperativas, porque oferecem uma rentabilidade assertiva e previsível. É claro, isso tudo tendo uma saúde financeira que evite riscos é sempre a melhor escolha, a fim de ter os melhores resultados nas operações.