Seguros tem várias possibilidades e mercados. Além de serem uma escolha para indivíduos ou empresas que anseiam por segurança e proteção, também podem representar uma tranquilidade em momentos de incerteza.
Mas você sabia que embora os princípios fundamentais sejam os mesmos em todo o mundo, o mercado de seguros pode variar significativamente de um país para outro?
Giovanna Martins Albuquerque, advogada especialista em direito Securitário da Tahech Advogados e que atua em Orlando, explica que, diferente do Brasil, o mercado de seguros dos Estados Unidos funciona como um mercado atrativo do setor econômico e até como forma de investimentos.
Isso acontece porque a cultura desempenha um papel importante na maneira como os seguros são percebidos e utilizados.
“Nos Estados Unidos, o seguro é frequentemente considerado uma parte integral do planejamento financeiro pessoal e empresarial, uma forma de investimento. Muito diferente do que acontece no Brasil, onde a conscientização sobre a importância do seguro tem crescido, mas ainda existe espaço para educação e conscientização adicionais”, explica Giovanna.
O contexto cultural também influencia os tipos de coberturas mais populares em cada país. Nos EUA, há uma variedade de requisitos legais de seguro, principalmente os de saúde, imobiliários e de automóveis, que variam de estado para estado. Já em terras tupiniquins, não existe quase nenhuma obrigatoriedade desses tipos de seguro.
Investimentos
Outro contraste importante entre os dois países, é a forma que se entende o mercado de seguros. Muitos estadunidenses vêem nisso uma oportunidade de investimento, enquanto no Brasil é uma questão de segurança. A advogada dá um exemplo de como isso acontece.
As apólices de seguro de vida são excelentes para explicar essa relação. “Se um americano pagou uma apólice por 20 anos e, a partir de agora, não consegue mais pagar, ao invés de perder tudo o que foi investido, ele tem a possibilidade de vender o seguro para outra pessoa. Por exemplo, suponhamos um caso em que o prêmio é de $1 milhão; a pessoa paga $200 mil ao vendedor e se torna a beneficiária do seguro. Se a pessoa que vendeu falecer, quem comprou recebe o prêmio. Isso faz com que o mercado americano de seguros seja bastante aquecido!”, explica.
As seguradoras dos EUA também investem em instrumentos financeiros, tais como títulos do governo e ações de empresas estabelecidas. Em contrapartida, no Brasil, os investimentos podem ser mais voltados para ativos de renda fixa devido às características do mercado financeiro local. Essa discrepância afeta o rendimento dos investimentos das seguradoras em cada país.
Aspectos Jurídicos e Regulatórios
Nem tudo é tão diferente entre Brasil e Estados Unidos. As questões dos aspectos jurídicos e relatórios desempenham um papel crucial no mercado de seguros em ambos os países.
“Nos EUA, a supervisão é realizada em nível estadual e federal, resultando em uma variedade de regulamentações. No Brasil, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) são responsáveis pela regulamentação do setor”, completa Giovanna.
Apesar das diferenças no formato dos órgãos reguladores brasileiros e americanos, ambos buscam garantir a solidez financeira das seguradoras e a proteção dos segurados.
A compreensão das diferenças e semelhanças entre esses dois mercados é crucial para as seguradoras, reguladores e consumidores, permitindo uma melhor adaptação às necessidades.