Dentre os inúmeros desafios inerentes à gestão empresarial – como os aspectos tributários, por exemplo – existem também três pontos cruciais na percepção estratégica de alguns segmentos – e que necessitam de uma atenção especial no planejamento a curto, médio e longo prazo.
O primeiro ponto é a gestão embasada nas questões ambientais – seja para cumprir a rígida legislação brasileira, cuja inobservância pode acarretar um grande passivo para a empresa – seja como investimento no aumento da percepção de valor do mercado, considerando que a preocupação como meio ambiente é um fator importante inclusive no relacionamento com stakeholders.
Nesse aspecto, um dos desafios é encontrar um equilíbrio entre o investimento na mitigação de prejuízos relacionados ao descumprimento de uma norma ambiental (como a implementação de programa de compliance para este fim) e absorção desse investimento pela empresa (como a necessidade de aumentar o valor do produto/serviço), sem que isso afete, por exemplo, um mercado já consolidado daquela organização.
Da mesma maneira, a gestão voltada para a preocupação com os aspectos sociais também busca o equilíbrio retrocitado. É essencial que a empresa demonstre ao mercado que a função social não passa despercebida dentro do planejamento estratégico, de modo que esse posicionamento certamente aumentará o valuation da empresa. Nesse sentido, o principal desafio também é fazer com que os investimentos nessa seara sejam absorvidos sem que isso impacte, significativamente, no core business da empresa – o que pode ser feito, por exemplo, com a implementação gradual de programas sociais.
Finalmente, também é essencial que a governança corporativa seja um pilar na condução da gestão empresarial. Trata-se de uma conduta que, considerando as novidades na legislação brasileira (em especial, a Lei nº 12.846 de 2013, conhecida como Lei Anticorrupção), aumenta consideravelmente o valor da organização e evita (ou mitiga) riscos em seu patrimônio imaterial (como a imagem perante o mercado). Aqui, diferente dos outros pilares acima citados, o principal desafio talvez seja a mudança de cultura da organização – começando com o comprometimento da alta diretoria no cumprimento de normas internas que visam compatibilizar os processos com os padrões éticos e legais exigidos pela sociedade.